Porque era clássico o teus dramas, tuas paixões. Era intenso teu desejo
de não aceitar aqueles dias de verão que deixava de ver o sol se pôr pelo
simples sabor daquela boca inquietante na sua. Tu erravas esperando o certo
aparecer batendo em sua porta, por quê? Por que tão cego a ponto de não saber
que as estrelas queriam te pulverizar na primeira oportunidade? Por que tão
tolo a ponto de admirar os males achando que eram bênçãos e não maldições? Por
que não gritara agonizantemente para que o som abafado nas tuas dores esvaísse
pelo mundo e saberes que não haveria ninguém para te ajudar? Estás sozinho,
querido. Não espere mais. Erga-te até o céu, para tornares os princípios de
quem duvidara dos seus passos. Derrame as lágrimas no fundo daqueles poços para
que eles entreguem a redenção ou afogarem nas tuas dores. Torne-te infinito
dentro deles. Não se acanhe, pois tu és o que conquista, é o que contara,
escrevera. Tu és pra mim alguém que pode chegar além de teus sonhos e me
desculpe por acreditar em tua complexidade, teu conjunto de sinceridade me
surpreende, me puxa, me queixa, me faz perceber que não te conheço. Tu tiveste
um começo, não sei se podes ter um fim.